terça-feira, 8 de junho de 2010

Desabafo

Faz um tempinho que eu me apaixonei por alguém, e dessa vez não era você. Foi bom saber que eu ainda consigo me apaixonar, mas foi ruim perceber que eu nunca vou sentir por ninguém o que eu sinto por você. Apesar de nunca ter sido, você é a minha primeira namorada, pois em meu coração você ganhou esse papel, por tudo que você representou, no momento em que você apareceu. E, sabe como é, ninguém nunca esquece a primeira namorada. Por isso, você vai ter sempre o seu lugar, um lugar especial e inalcançável, que nenhuma outra conseguirá alcançar. Nenhuma outra vai ocupar o lugar que você preenche, mas agora eu percebi que existem muitos outros lugares para os quais um coração pode caminhar. Então, em algum momento, alguém será mais especial do que você em minha vida, mas o seu lugar, a sua importância estarão sempre lá! E seja quem for que entre na minha vida, essa pessoa vai ter que saber conviver com isso. No entanto, confesso, o mais difícil mesmo tem sido eu saber conviver com isso.
Seja por qual motivo for, eu sempre vou te amar! Mas eu agora sei, felizmente, separar o fato de você ter esse lugar no meu coração do fato de conviver com você. Não é porque eu te amo que eu tenha que conviver com você, e eu acho que não conviver e não te procurar de modo algum já é o máximo que posso fazer, para te esquecer, para permitir que nós sigamos nossas vidas. O resto não compete a mim.
Por não ter o amor, eu perdi uma amiga, pois você era minha amiga, e antes de tudo eu te amava enquanto amiga e como amiga você também me amava, e eu tive que reconhecer que eu não dava conta mais e tirar você da minha vida. Não foi fácil e não sei nem se foi justo conosco o que fiz, mas tive que pensar em mim. Eu me esforço para não gostar, mas nas poucas vezes em que te vi, nesse tempo em que me afastei de você, aprendi algo que os meses de distância não foram capazes de me ensinar: NINGUÉM REALMENTE MANDA NO CORAÇÃO, e não adianta eu planejar, ou ensaiar, tudo funciona no modo razão, mas a vida opera no modo emoção. Portanto, eu vou esquecer você quando eu tiver que esquecer e se eu tiver que esquecer.
E eu já sinto falta de todos os presentes que eu não te entregarei nesses próximos aniversários, de cada hora de cada dia em que você completará mais um ano e eu não terei feito parte da sua vida, eu não terei estado ao seu lado. Sinto falta antecipada de todas as coisas boas que eu sei que você viverá, mas eu não receberei um telefonema seu para compartilhar cada nova conquista, você não vai me contar. Sinto falta de ser convidado para a sua festa, mesmo sabendo que não devo ir. No Natal, não haverá mais um pedido irônico para ceiarmos juntos e no reveillon você não me ligará para desejar um feliz ano novo. Eu nunca mais sentirei o seu abraço e, talvez, a gente finja que não se viu quando a gente se ver por aí. E eu vou ter que conviver com a falta que tudo isso me faz e eu vou ter que aprender a ser feliz de algum modo. Mas tudo isso é necessário e não é porque eu não te amo, não é porque eu não te amo mais, é justamente pelo contrário, e, quem sabe, um dia, você vai me entender. A gente não daria certo. Somos iguais em sermos diferentes e não dava mais para eu ter tão perto o que eu queria, mas não tinha.

E em meio a tudo eu não me preocupo comigo, eu me preocupo em como ficarão os nosso sonhos agora que não podem mais contar com a gente para realizá-los?

PS: eu ainda queria estudar com você.

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