sábado, 29 de dezembro de 2012

Feliz ano novo.



Era exatamente meia-noite quando o meu celular começou a tocar. Do outro lado da linha era você me desejando feliz ano-novo. Você que nunca foi de gostar de natal, mas do réveillon você gosta. Então, já que você me desejou isso, eu gostaria de te contar como foi o ano que você me desejou que fosse bom.

Bem, por aqui quase tudo tá do mesmo jeito, e normalmente quando a gente tem essa sensação é sinal que nada mais está do mesmo jeito. Varias coisas no meu coração não mudaram, mas a minha realidade mudou. Você sabe como é meu coração, ele é insistente, e ignora totalmente a realidade, vivo ainda em um universo paralelo, só que agora diferente, pois você não está nele.

Na vida real, no universo de verdade, daqui a pouco é meia-noite de novo, e de novo vai chegar outro ano-novo e dessa vez, o meu telefone não vai tocar, mas de qualquer forma eu vou te desejar um feliz ano-novo, e aqui dentro de mim, por alguma razão, eu não quero entender, tem uma parte em mim que deseja que você, mesmo que distante daqui tão perto, tenha um feliz ano-novo. E eu quero que você saiba que não houve um segundo desses 365 dias que passou, no ano que você foi embora, que eu não tenha pensado em você ou sonhado e desejado que você voltasse. Ou que eu voltasse. Não sei quem foi o primeiro a partir. Mas eu senti sua falta por todo esse ano e o ano anterior a esse e desejei que fosse diferente. Já viu desejo adiantar de alguma coisa? Não, não é? Mas de qualquer forma eu quero te lembrar que eu desejei...

No outro ano você me desejou feliz ano-novo, e por mais uma vez não estávamos juntos. Esse ano eu não receberei nenhum telefonema seu, porque novamente não estamos juntos. Tá vendo, muita coisa não mudou. Por isso, este ano eu não farei nenhum pedido. Pra que não é? Eles não se realizam mesmo. A vida não é como a gente deseja que ela seja, e não se pode fugir disso.

Então, que venha 2013 agora, o novo ano, que venham os antigos sonhos e que venham forças para que eu encare e aceite a vida como ela um dia vai acabar sendo. Esse não é um jeito medroso e covarde de desistir, mas sim um jeito corajoso de recomeçar.

Feliz ano-novo pra você, ainda que o mesmo, de um novo e melhor modo.





"Mais um ano se passou, e ela não está aqui."

Jean Chandler

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Namoro ou Amizade.



Imagina a gente namorando, sempre fomos amigos, nunca tivemos nada mais que amizade, o maximo de um relacionamento que nós tivemos foi um selinho que eu te dei quando eu estava bêbado em um dia qualquer. Mas eu sempre te vi com um enorme potencial pra namorar.

Imagina a gente namorando e não dando certo, imagina a gente vê que não dá certo e nossa amizade for se desgastando junto com o amor. Imagina perder todos aqueles seis anos de amizade, perder todos os momentos bons, todas as brincadeiras e palavras.

Eu te conheço tão bem, sei de tantas coisas que você gosta, e sei também das coisas que você não gosta. Você também me conhece, sabe como eu me comporto, sabe como eu sou com minhas namoradas. Analisando todas essas coisas, imagina agora a gente namorando: Imagina a gente tendo o melhor relacionamento das nossas vidas, imagina nós dois sendo felizes um ao lado do outro como nunca imaginamos que seriamos, eu te conheço, sei como fazer isso. Imagina a gente rindo pelos cantos com as nossas besteiras, como falando os nomes errados quando não sabemos pronunciar direito. Imagina eu te mandando SMS toda manhã apenas pra te desejar bom dia. Imagina eu dizendo que meu futuro eu quero só com você.

Eu me peguei pensando uma coisa: porque perder tempo procurando a pessoa “perfeita” se tudo o que a gente precisa é alguém que tenha uma afinidade, e que esteja disposta a nos fazer feliz e ter a reciprocidade nisso? Pra que namorar um(a) estranho(a) que não sabe nada sobre mim, nem eu sobre ela(e).

Então só nos resta arriscar. Podemos ter tudo o que sonhamos, podemos ser finalmente felizes do jeito que merecemos, podemos ser finalmente aquele casal que as pessoas irão dizer: “Eles são namorados, mas além de tudo são muito amigos.”





"Um amor que surge de uma amizade é lindo, porque os dois já se conhecem bem e isso resulta em um ótimo relacionamento."
Autor Desconhecido

sábado, 22 de dezembro de 2012

Razão do meu sorriso.



Nessas épocas de poucos e raros amores, poucas foram as que ele chegou a amar. Não por ter pouco amor, mas sim, por amar demais quem ele amou. Naquela época em que praticamente não tinha esse tempo todo pra sentir amor, ele deu a cara a tapa e enfrentou todos os seus dias pensando naquela que o tempo, em concordância e ligado com a vida, um dia levou.  

Ele não estava carente, ele encontrava meninas e ficava com elas. Sua saúde estava em perfeitas condições, não estava doente. Tinha os seus amigos, aos quais colecionava sorriso, alguns próprios, e outros sorrisos tirados por ele, de bocas por ai que não eram a dela. Sabia que era completo, inteiro, não precisava chamar ninguém de metade. Não estava com uma conduta amarga, existia humor nele. Ele não estava sem fazer nada, ele até arrancava tempo de onde não tinha para cumprir todos os seus compromissos. Aguentava essa carga, sabia que no mundo havia bem mais que o amor. Conseguia viver com ele mesmo, sozinho, gostava da sua própria presença, da sua própria companhia e na garganta dele não existiam aqueles nós por aquela que ele amou de mais, mas já não a tinha mais, já não a via mais.  

Era por sentir assim, tão bem que ela continuava lhe fazendo falta, que todo esse tempo com a ausência daquela que ele amou, o inquietava. Era por ele ter tantas certezas, se sentir tão inteiro e completo, que ao redor dele rodava uma estranheza no tocante aquela que ele ainda amava. Então ele concluiu que se não há carência, nem falta do que fazer, nem doença, não era por frio ou por calor, eram com toda certeza amor.

E mesmo que ela não estivesse presente, mesmo sem a presença daquela que ele amava, nada mais lhe daria mais esperança, nenhuma outra coisa lhe trazia um sorriso tão imenso em seu rosto como a certeza de que amava e que havia amor. Não se alimentava da ausência, mas toda a lembrança dela tinha se tornado parte da sua essência. Ele não estagnou a sua vida, mas com aquele amor ele seguia. Nessas épocas em que a vida passa e o amor independente do tipo ainda era tudo o que importava.

Então será assim, duas vidas, uma história em pausa e você ainda presente em tudo, para que todo esse amor não se acabe.

Sendo assim, entenda, você não é razão para qualquer tristeza que algum dia possa habitar em mim. Hoje em dia, você não é o motivo de qualquer lagrima que venha a cair do meu rosto. Não há mais dor por ter te amado, porque você é a razão do meu sorriso e de todo amor que eu preciso ter em mim.




"Pra tanta gente eu me dei de graça, só pra você eu me poupei"
Leoni


quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Mayene M.



Ela é uma espécie rara no âmbito da sociedade moderna. Parece boba, inocente e sonhadora, mas não é nada disso. Ela idealiza tudo, até enfeita o banal, colore o medíocre, e enxerga uma luz no fim de qualquer túnel escuro.

Acredito que muitos a apontam como inconsequente, desvairada, sem juízo, mas não. Ela tem dentro de si, aquela necessidade em acreditar, em arriscar. Ela não acha que é ilusão acreditar na felicidade, nem no amor eterno. Ela simplesmente acredita nessas coisas, mas não vê essas coisas como pré-requisito para a felicidade, porque ela sabe que a felicidade é totalmente relativa. Mas mesmo acreditando nisso, sabe que em qualquer que seja o caso, felicidade exige coragem, e às vezes, muita coragem.

Ela é impulsiva, e algumas vezes se deixa levar pelas emoções, e falarem por si só. Ás vezes, condicionada pela loucura do momento, diz as palavras meio que em um ato escorregadio. O que normalmente lhe gera sérios problemas. Mas embora as palavras não voltem, ela até tenta reparar a bagunça que causou.

Ela se machuca o que não é difícil de enxergar. Mas não por necessidade pessoal, pois ela não é nenhum tipo de masoquista. Mas sim por que é escrava da urgência, do completo, do inteiro, da intensidade, do agora. E nem sempre o mundo fala a sua língua e acompanha seu ritmo.

Suas tatuagens refletem muito a sua personalidade. Suas tatuagens reflete sua característica de se adaptar, engloba o seu jeito social entre as pessoas, e tudo do que ela acredita.

Quem é ela? Não sei, só sei que ela é assim. E ela sendo assim, é encantador por si só.





"Eu não sei mais em que acreditar, mas eu tenho fé em você."
Brothers Sisters

Apenas um tributo.

“Você sempre me disse que sua maior mágoa era eu nunca ter escrito um texto sobre você. Nem que fosse te xingando, te expondo. Qualquer coisa. Você sempre foi o único homem que me amou. E eu nunca te escrevi nem uma frase num papelzinho amassado. Você sempre foi o único amigo que entendeu essa minha vontade de abraçar o mundo quando chega a madrugada. E o único que sempre entendeu também, depois, eu dormir meio chorando porque é impossível abraçar sequer alguém, o que dirá o mundo. Outro dia eu encontrei um diário meu, de 99, e lá estava escrito “hoje eu larguei meu namorado sentado e dancei com ele no baile de formatura”. Ele, no caso, é você. Dei risada e lembrei que em todos esses anos, mesmo eu nunca tendo escrito nenhum texto para você, eu por diversas vezes larguei vários namorados meus, sentados, e dancei com você. Porque você é meu melhor companheiro de dança, mesmo sendo tímido e desajeitado. Depois encontrei uma foto em que você está com um daqueles óculos escuros espelhados de maconheiro. E eu de calça colorida daquelas “bailarina”. E nessa época você não gostava de mim porque eu era a bobinha da classe. Mas eu gostava de você porque você tinha pintas e eu achava isso super sexy. E eu me achei ridícula na foto mas senti uma coisa linda por dentro do peito. Aí lembrei que alguns anos depois, quando eu já não era mais a bobinha da classe e sim uma estagiária metida a esperta que só namorava figurões (uns babacas na verdade), você viu algum charme nisso e me roubou um beijo. Fingindo que ia desmaiar. Foi ridículo. Mas foi menos ridículo do que aquela vez, ainda na faculdade, que eu invadi seu carro e te agarrei a força. Você saiu cantando pneu e ficou quase dois anos sem falar comigo. Eu não sei porque exatamente você não mereceu um texto meu, quando me deu meu primeiro cd do Vinícius de Morais. Ou quando me deu aquele com historinhas de crianças para eu dormir feliz. Ou mesmo quando, já de saco cheio de eu ficar com você e com mais metade da cidade, você me deu aquele cartão postal da Amazônia com um tigre enrabando uma onça. Também não sei porque eu não escrevi um texto quando você apareceu naquela festa brega, me viu dançando no canto da mesa, e me disse a frase mais linda que eu já ouvi na minha vida “eu sei que você não gosta de mim, mas deixa eu te olhar mesmo assim”. Talvez eu devesse ter escrito um texto para você, quando eu te pedi a única coisa que não se pede a alguém que ama a gente “me faz companhia enquanto meu namorado está viajando?”. E você fez. E você me olhava de canto de olho, se perguntando porque raios fazia isso com você mesmo. Talvez porque mesmo sabendo que eu não amava você, você continuava querendo apenas me olhar. E eu me nutria disso. Me aproveitava. Sugava seu amor para sobreviver um pouco em meio a falta de amor que eu recebia de todas as outras pessoas que diziam estar comigo. Depois você começou a namorar uma menina e deixou, finalmente, de gostar de mim. E eu podia ter escrito um texto para você. Claro que eu senti ciúmes e senti uma falta absurda de você. Mas ainda assim, eu deixei passar em branco. Nenhuma linha sequer sobre isso. Depois eu também podia ter escrito sobre aquele dia que você me xingou até desopilar todos os cantos do seu fígado. Eu fiquei numa tristeza sem fim. Depois pensei que a gente só odeia quem a gente ama. E fiquei feliz. Pode me xingar quanto você quiser desde que isso signifique que você ainda gosta um pouquinho de mim. Minhas piadas, meu jeito de falar, até meu jeito de dançar ou de andar. Tudo é você. Minha personalidade é você. Quando eu berro Strokes no carro ou quando eu faço uma amiga feliz com alguma ironia barata. Tudo é você. Quando eu coloco um brinco pequeno ao invés de um grande. Ou quando eu fico em casa feliz com as minhas coisinhas. Tudo é você. Eu sou mais você do que fui qualquer homem que passou pela minha vida. E eu sempre amei infinitamente mais a sua companhia do que qualquer companhia do mundo, mesmo eu nunca tendo demonstrado isso. E, ainda assim, nunca, nunquinha, eu escrevi sequer uma palavra sobre você. Até hoje. Até essa manhã. Em que você, pela primeira vez, foi embora sem sentir nenhuma pena nisso. Foi a primeira vez, em todos esse anos, que você simplesmente foi embora. Como se eu fosse só mais uma coisa da sua vida cheia de coisas que não são ela. E que você usa para não sentir dor ou saudade. Foi a primeira vez que você deixou eu te olhar, mesmo você não gostando de mim. E foi por isso, porque você deixou de ser o menino que me amava e passou a ser só mais um que me usa, que você, assim como todos os outros, mereceu um texto meu.”
— Tati Bernardi.
 
 
Dificilmente faço tributos nesse espaço, mas eu não poderia deixar esse texto passar, uma otima lição para muitas mulheres...

domingo, 9 de dezembro de 2012

Ela foi embora.



Eles eram tão felizes juntos, feliz de um jeito a causar inveja em muitos casais por ai. Eles alem de ser o amor da vida de cada um, eram também melhores amigos. O tempo foi passando, eles foram crescendo, ficando mais maduros, suas vidas acadêmicas e profissionais estavam ficando em alta.

Todos que viam eles juntos, diziam que eles eram feito um para o outro, feito aqueles filmes de romance que vemos que o casal são praticamente almas gêmeas, eles se amavam tanto que não importava os problemas e o mundo caótico que há ao redor deles.

Eram tudo flores. Estava tudo bem. Era tudo sublime. Mas de uma hora pra outra a porta da casa dele abriu, e ela entrou. Entrou normalmente. Sem alterar a voz. Sem brigar. Sem chorar. Sem fazer cara feia, nem nada. Ela chegou, sentou ao lado dele e disse: “Eu estou indo embora”, ele na hora riu, pensou que seria mais uma de suas brincadeiras de milhares que ela tanto faz. Mas ele notou o olhar dela, percebeu a sua voz, e ai ele viu que ela estava falando serio.

Ele que sempre foi resolvido com os seus sentimentos, e que era daquele tipo que acreditava que homem não chora nem por dor, nem por amor (ganho ou perdido), mas naquele momento, em que aquela mulher disse pra ele que estava indo embora, ele não resistiu, e na frente dela, sem vergonha, sem medo de nada, chorou. Ele sentiu a perda da pior maneira possível, logo em seguida ele se recompôs e conversou com ela, não tentando fazer ela desistir da ideia de ir embora, ele só disse aquelas coisas clichês que dizemos ao termino de um relacionamento. Ela que não conseguia olhar nos olhos dele direito, mas mesmo assim ela olhou, e eles ficaram ali parado se olhando por uns 10 segundos, e ambos viram do que estava se desistindo. Ele que nunca foi de correr atrás de ninguém. Ele que sempre acreditou que as escolhas das pessoas são baseadas nas suas necessidades.

Eles se perguntaram: “e agora?” o que fazer da vida que ficou aqui em minha vida. Era o fim, e eles sabiam que mesmo que não tivesse um motivo convincente para eles, era o fim.

Ela partiu, e ele continuou sentado ali no sofá por uns minutos, com a mão no rosto, e olhando para o chão, respirou fundo, contou até dez, sorriu, porque valeu a pena cada momento com aquela mulher, pegou a chave do carro e partiu sem um caminho definido, foi viver a sua vida da melhor forma possível.

Ela foi embora. E só ficaram as lembranças... Ela foi embora, e nem brigou com ele... Ela foi embora. Pra tentar ser mais feliz... Ela o amava tanto que foi embora...

Ela foi embora, e ele entendeu.





"Ela foi embora, e mesmo que tudo isso seja devastador, eu continuo indo em frente..." 
Jean Chandler