É aquela esperança. É bem mais esperança do que o sentimento do amor. Não
eram esses sentimentos todo, ainda era aquele tipo de desejo que não se tem
como controlar, estava a quilômetros de distancia de ser o “amor da minha vida”.
O que eu sentia por ela, era justamente essa esperança. O significado de você
pra mim era justamente aquela esperança de felicidade, eterna ou de momento,
tanto faz, você era toda essa esperança que eu tenho em mim, como uma promessa,
igual aquela que a gente se promete e não diz a ninguém, só que ainda assim não
era o tal do amor.
O problema (e acredito que nem seja um problema) é que talvez eu seja um
dos homens mais intensos que existe, você pode até pensar que eu sou muito dramático
ou coisa do tipo, mas drama mesmo é fingir que sente o que não se sente, no meu
caso não, eu sinto mesmo. Sou do tipo tão intenso que mesmo que só haja
esperança, eu vou ter uma sensação de que você vai achar que eu to te amando,
mesmo a gente estando nesse labirinto todo.
Hoje em dia, é muito perigoso sentir as coisas, no mundo e nos tempos de
hoje, a simples sensação já basta, e afastamos literalmente o sentimento. Só que o
que acontece, é que quando você já teve o seu coração partido ou destroçado uma
vez, aprendemos que ele vai continuar batendo do mesmo jeito, e
consequentemente, perdemos o medo de amar. Podemos até ter medo de ser amado
por outra pessoa, mas de amar alguém não temos medo.
Amar é próprio de nós, é uma faculdade nossa, ser amado é do outro, e só
nos compete o que é nosso. Sendo assim, eu sentia por você aquela vontade de
que não fosse casual, de que não fosse só o agora, só hoje, queria que tivesse
um amanha, para que eu pudesse ter você 30, 40, 50 ou até 1h além do planejado,
de que pudesse ter algum espaço na agenda pra que eu pudesse me encaixar.
Sobretudo, eu tinha uma vontade enorme de olhar pra você e ver que você
está feliz, com desejos e com aquela esperança, talvez quem sabe silenciada e
oculta em meu sorriso, de que eu pudesse fazer parte. É basicamente isso, eu
tinha essa esperança, e gostaria de fazer parte, parte não sei do quê, se é
fazer parte da sua vida, ou se pensava em fazer parte de uma vida nossa, construída
por nós, mas eu queria fazer parte disso.
Você é a que me encanta, a que faz com que eu tenha vontade de abraçar,
de ter perto de mim, de tocar, e indo mais além, de ser feliz. Me bate aquela
vontade extrema de guardar uma foto tua na minha carteira, foto essa com um
pequeno mapa, mapa de um lugar que eu pudesse correr quando algo desse errado,
e desse certo também. Tenho um desejo até de ter a tua foto como papel de
parede do meu celular, sendo assim, qualquer um que pegue meu celular, vai ver
logo a sua foto na frente.
Eu gosto de você, mas não quero namorar contigo, pelo menos não agora,
não sei se sempre, ou se talvez nunca. O meu desejo é que continue, mas sem fazer
de você uma única chance de ser feliz, a velha esperança é de ser mais feliz
por você estar aqui também, não só por você.
Esperança. Querer, mas sem nenhum drama. Sem nenhum desespero. Desespero
no amor, é exatamente assim: Desesperar, deixar de aguardar por que realmente
vale a pena, quando vale a pena.
Acredito que eu tenha te afastado, mas toda a esperança eu sei que
continua, porque eu sinto isso, e minha pergunta é: ”O quanto o mundo
entristeceu desde que deixamos de ser felizes juntos?” “Quais futuros se
perderam no passado, na época de um presente que não se consegue mudar?”
Mas depois de tudo isso, agora eu finalmente tenho a certeza do que
responder quando me perguntarem: ”É amor ou amizade?”, então vou responder: “É
esperança”. E sim, aguardo com aquela certeza que ter essas esperanças, são mais
livres, encantador e mais completo do que amar.
Dedicado à: Mayene Martins
"Mas ela veio. Ela veio e trouxe milhares de
barulhos, cheiros e caras, dessas que ela faz pra tentar me seduzir. Eu tive de
dividir os meus sons com os dela. Os meus cheiros com os dela. Os meus pés
também. Eu tive que fazer aquelas caras que faço quando o resto do mundo não me
interessa mais. A gente riu: eu dela e ela de mim. E então eu quis,
secretamente, que os pés dela nunca mais andassem para longe dos meus."
Maria Clara Moraes
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