sábado, 21 de abril de 2012

O amor


Tava pensando em nós ontem à noite. Refletindo aqui no meu quarto, que pela primeira vez, eu realmente estou dando muita importância aos meus momentos de felicidade, dando importância a esse amor que tenho sentido, do que me importar com outras bobagens. Não que essas bobagens não venham na minha cabeça. Mas infelizmente quanto mais à gente vai se apaixonando, mais bobagens tentam invadir  a minha mente loucamente. O que difere é que elas tem se ausentado, tem ido embora na mesma intensidade e velocidade em que chegam. Eu as boto pra fora, ai elas vão embora e eu me concentro no que há de mais perfeito em nós: NÓS. Nosso amor é cheio daquelas interjeições, e ainda bem que não sobra nenhum espaço para aquelas conjunções adversativas, que vivem insistindo em invadir a nossa sentença.

“Onde há muito sentimento, há muita dor”. Quando Da Vinci disse isso muitas pessoas pode até ter o considerado pessimista. Mas o pensamento de Da Vinci é bem simples. A partir do momento que estamos nesse estado de paixão, nosso cuidado e toda a nossa atenção duplica, nosso medo triplica, aquela impressão de estar assim tão vulnerável a esse sentimento nos deixa sensível e consequentemente deixa o coração exposto e sutil demais. Mas eu tenho aprendido, e o mais importante, eu tenho colocado em prática, que essa dor nunca deve andar lado a lado com o amor, e digo mais: NÃO! Amar não é e nunca vai significar sofrer. O sentimento de amor deve ser monossilábico, e em nenhuma hipótese pode ser separado. Amor é oxítona concluída em ar: Amar, apaixonar, vivenciar, aproveitar, tentar.

Ainda hoje eu lembro de toda aquela semana na qual a gente se encontrava por meio de mensagens virtuais, daquela agonia e aquela percepção de estar habituando-se a algo tão inesperado com uma pessoa que ao mesmo tempo estava tão longe e tão perto, e que de uma hora pra outra passou a estar perto e cada vez foi ficando mais perto. E essa aproximação foi ficando cada vez mais gostosa, que verdadeiramente se tornou cada vez mais difícil não acreditar em destino.

Ai eu pergunto: Que diabos é isso que tem tomado conta de mim e consumido minha alma? Segundo o dicionário de Houaiss:

AMOR - substantivo masculino
1. Forma de interação psicológica ou psicobiológica entre pessoas, seja por afinidade imanente, seja por formalidade social
2 Atração afetiva ou física que, devido a certa afinidade, um ser manifesta por outro
2.1 Forte afeição por outra pessoa, nascida de laços de consanguinidade ou de relações sociais
2.2 Atração baseada no desejo sexual; afeição e ternura sentida por amantes
2.3 Afeição baseada em admiração, benevolência ou interesses comuns; calorosa amizade; forte afinidade

Além de Houaiss exemplificar mil coisas sobre amor platônico, socrático, amor físico, amor relacionado a religião e até pagão.

Mas eu pergunto: Quem esse tal de Houaiss pensa que é? Quem é o tal do Aurélio Buarque de Hollanda que escreveu o dicionário Aurélio, mas se tratando dessas pessoas tudo bem, tem até o meu respeito, só que em hipótese alguma eu admito que eles coloquem no dicionário a definição do amor, a definição para uma coisa como essa tão abstrata, incompreensível e indefinível! E daí que Antônio Houaiss entrou pra Academia Brasileira de Letras? Não me importa se ele foi professor, diplomata, filólogo, lexicógrafo e ensaísta? E o pior é que eu nem sei o que significa lexicógrafo, o que ele pensa que sabe de amor pra classificá-lo em itens e vários subitens, de uma maneira dessa, sem respeito.

É simples, pra falar do amor, não pense nas regras gramaticais tradicionais. Amor é verbo, e nunca um substantivo, daí você já tira. E digo bem mais, amor é verbo intransitivo. Nós amamos e não importa a quem, e a gente nem necessita daquelas preposições. Nós simplesmente amamos. O amor deve sempre ser conjugado no indicativo, e o tempo pode até ser o presente, mas nunca no presente do modo imperativo. O amor tem que ser na voz reflexiva. O amor sempre vai ser gerúndio e infinitivo ao mesmo tempo. Amando, sentindo, vivendo, sempre em um processo verbal, mas que não se deve situar no tempo. O amor quando é correspondido é um verbo farto, e que possui as mais variadas formas e natureza de valor idêntico. O amor é e sempre será conjugado na segunda pessoa, ao lado de todos os outros verbos que o conjugam: Viver, fazer, valer. Devemos modificar o amor em um pronome possessivo, porque assim que ele virar pretérito possa ser mais-que-perfeito.

Enfim, amor, eu cheguei a uma conclusão de que o amor é facílimo de conjugar e que esse Houaiss e esse Aurélio não podem saber mais que nós dois. Se o seu ponto forte for a matemática, nós somamos, multiplicamos todo esse sentimento, o modifica em uma equação, função do 2º grau, intersecção, tira a raiz quadrada, eleva ao cubo todo esse conjunto infinito. Sim, eu sinto, e tenho tanta certeza disso, de como tenho certeza de que dois mais dois, são quatro e que temos uma química tão incrível e tão perfeita que nenhuma lei da física explica de como dois corpos podem ocupar um espaço ao mesmo tempo, e tenho a plena certeza que não há conto, cordel ou história no mundo que barre a nossa em qualquer lugar do planeta, mas minha certeza é principalmente que o nosso romance é uma escola poética, um soneto de rimas enfatizadas, uma epopeia. E pra sempre e todo sempre será assim.




"O verdadeiro amor nunca se desgasta. Quanto mais se dá mais se tem."
Antoine de Saint-Exupéry

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