terça-feira, 3 de abril de 2012

Pra sempre e sempre.


Ela está sentada na mesa, e as horas vão passando lentamente. “Ele já deveria estar aqui” pensa ela. Ela tem a plena certeza que ele já teria ligado, mas ela espera um pouco mais, ela olha para a rua, e não há ninguém. Ela pergunta por ele a outras pessoas, mas todos dizem que não o viu. Ela se pergunta se tem algo errado, então volta a olhar para a rua pela janela, e quando de repente o seu celular toca, e uma voz lhe fala que algumas coisas aconteceram, e que ela deve ir agora mesmo.

Enquanto ela caminha todos os seus pensamentos voltam para o mês de abril, e ela vai caminhando e lembrando de quando ele lhe propôs, quando ele se ajoelhou primeiro na frente dela, e lhe pediu em casamento.

Chegando ao seu destino, ela vai caminhando até a entrada, e ela chega na recepção, as pessoas a levam por entre milhões de salas, como se ela estivesse em um labirinto que nunca acaba. Eles dizem a ela sobre o que aconteceu, mas ela mal consegue ouvi-los falar. Ela tenta manter uma expressão seria e despreocupada enquanto entra na sala. Ela senta ao lado dele, segura a mão dele apertado e olhando pra ele, conversam sobre os filhos que vão ter, e da vida tranquila, e da casa em algum subúrbio onde morariam.

Então, ela teve uma espécie de epifânia, ela tem uma ideia e chama as enfermeiras, explica para elas a  ideia que ela teve, então as enfermeiras saem em busca das coisas que ela pediu. As enfermeiras traz um Pastor que estava ali perto, pega emprestado um par de anéis do casal que estava por ali também. Então o Pastor entra na sala, e diz alguns versos para eles dois. Todo mundo está sorrindo, enquanto as lagrimas caem ao chão. Ela olha nos olhos dele e diz:

“Eu quero você para sempre e sempre. No bem, no mal e na feiura. Na felicidade, na tristeza ou no que for. Nós vamos envelhecer juntos, lembre-se sempre disso. Nós ainda vamos nos amar muito.”

Ela termina de dizer tudo o que tinha pra dizer, mesmo com as lagrimas caindo pelo seu rosto. Ela termina os seus votos, mas os beeps estão ficando cada vez mais lentos, tão lentos. Sua voz quase não dá mais para ela escutar, mas ele consegue buscar todas as suas forças restantes simplesmente pra dizer:

“Eu te amo para todo sempre e sempre vou te amar. Por favor, lembre-se sempre, que mesmo que eu não esteja lá, eu sempre vou te amar.”




"O amor é a compensação da morte."
Arthur Schopenhauer

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