terça-feira, 3 de julho de 2012

Eu ainda acredito em nós.


Oi minha linda, tudo bem? Como você está? Eu estou bem, mas já não sei de você. O que ocorre é que eu não sei mais tanto sobre você, mas ainda sei muito sobre mim. Fica aquele ar de como se tudo tivesse passado, meus olhos não veem mais os seus e essa saudade traduzida em um aperto grande aqui no meu peito, me faz lembrar tudo o que eu não te contei. Eu sempre achei que tinha sido bem claro, mas pelo jeito não. Agora eu vejo que metáforas não funcionam quando precisamos falar do invisível. Essas metáforas servem simplesmente pra se falar do óbvio, e acho que foi ai que eu falhei. Minha falha foi por não dizer tudo com clareza, me perdi pelo medo do “não correspondido” e me declarei sem me declarar o amor que eu nem esperava que você fosse perceber.

Textos, poesias, presentes, músicas, essas coisas não são suficientes, quando a gente precisa dizer as coisas na cara de como nos sentimos. Confesso que hoje eu pensei em você, me peguei lembrando de tudo, pelo menos de tudo o que eu vivi, senti saudade e fiquei pensando em como seria a vida, aquela vida que a gente não viveu. Tenho a impressão que você não notou, e se caso notou, não me tocou, talvez não quisesse me machucar, apesar de ter me magoado mesmo assim. Tá certo, assumo que conseguir sobreviver assim, mesmo um pouco infeliz. É porque até a tristeza era bem mais feliz quando eu estava do seu lado. Esses amores novos nos tiram pedaços velhos que talvez nunca mais encontraremos. Mas isso é apenas uma parte, pedaços de tudo que eu não te contei. Sempre ouvir falar que a vida é feita de escolhas e arrependimentos, mas eu encaro o fato de que você não me escolheu, então o que eu posso fazer? Apenas seguir em frente.

E agora, que aqui dentro o meu coração sente a sua falta, e os meus dias se acostumaram forçadamente a ficar sem você, apenas quero te desejar um bom dia, ou melhor, quero te desejar uma boa vida. Sem mim, sem nós...


...


Oi dorminhoco, quanto tempo não é? Mesmo que faça poucas semanas que nós não nos falamos, a nossa distancia (sem explicação alguma), faz parecer que faz anos que não tenho noticias suas. E como me alegra saber que você está bem, e como me entristece comprovar que em mim existe a saudade. Saudade de tudo que esperei você me falar, e você, por medo escondeu. Saudade de imaginar que o meu sentimento por ti era correspondido, e você, perdido em dúvidas deixou de mostrar, demonstrar, escapar (...) me deixar escapar.

Um dia, me disseram que você falava de mim pelos muros das casas, ficava me imaginando em um sofá, enrolada no teu lençol preferido, esquentando os teus pés com os meus naquele frio que pra nós juntos, era bom. E me deu uma vontade irracional de tornar aquela imaginação de verdade, de viver contigo o que a gente não conseguiu viver, e eu me pergunto o porquê de você não ter percebido o que estava na sua frente, eu, ali, querendo te dá o meu calor, muito mais o calor da alma do que o do corpo, muito mais nós dois juntos como um só, do que somente juntos. Mas você ainda insistia em me mostrar que sem mim saberia sobreviver. Ou eu enxergara mal? Ou você nunca tinha conseguido me explicar o que acontecia entre nós? E nessa confusão de fatos mal dados, mal recebidos, mal explicados, nos deixamos escapar um da mão do outro, preferimos nos esquecer do que nos arriscar.

E de um jeito muito contra ao que desejávamos nos dizer, também te desejo um bom dia, esperando que seja um em que eu esteja ao menos presente em lembranças boas, como aquelas em que você sorria quando me via ao acordar. Sabe, você me fez compartilhar o mesmo jeito de viver que tomou pra si: sem nós... Mas confesso, espero voltar para te ver sorrindo ao me ver com uma carinha de sono (...) Ainda espero escutar a tua voz falando o meu nome pelos muros das casas.


"Participação de Karol Myller"



"É que eu ainda te amo, te quero demais. Não posso te ver longe assim, fugindo de mim. Há coisas que não dá pra apagar..."
Calcinha Preta

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