Faz algumas semanas, na qual eu caminho nas ruas desviando os olhares, rejeitando buzinas, acenos e vozes que volta e meia me chamam. Tenho um medo de passar perto de onde você está, daquele lugar que você gosta, de escutar aquela musica com seu "nome" oculto nela, e até de dançar aquela sua música. Parece que, por onde eu ando você me segue, eu te vejo, e vamos marcamos desencontros sem eu ao menos saber aonde é que você está. E mesmo assim eu sinto essa vontade imensa, de que houvesse menos vazio nesse mundo, nesse meu mundo, nesse nosso mundo, e que houvesse mais você, e de que já não houvesse nada parecido com saudade e no pior dos casos, não tivesse nostalgia. Você seguiu o seu caminho, mas eu já imaginava que não há nada eterno, e mesmo que a eternidade exista, não a ninguém no mundo que viverá o bastante para descobrir e presenciar tal acontecimento.
Nunca fui muito fã de ficar me prendendo ao passado, mas como agir sem você ao lado? Eu não tenho tido outra esperança senão o passado, passado esse que se parece mais com um segmento linear temporal que talvez sirva para o meu desenvolvimento. Sem você e a sua presença, coisas que hoje sei separar no presente, sem a promessa de sua companhia no futuro. A certeza de não haver mais um futuro não encerra a saudade do passado no presente. Recordar é o único modo que eu tenho. Você foi o tempo que passou. Você é o tempo em que eu estou. Eu só preciso de um pouco de tempo para lembrar de nós dois. O tempo passa, e passa lentamente, e vê se não demora, porque tá quase na hora de você escolher. Passa o tempo, a hora e o momento, sei que as vezes sinto que se você me esquecer, vai ser difícil. O tempo passa, e não, não vá embora, e se tiver que ir que me leve com você. Não, eu não me esqueci, mas eu tive que aprender a fingir para ir em frente. E talvez uma pequena parte sua sentiria a minha falta ao me ver partir.
"E você não ouviu toda a minha alegria através das minhas lagrimas, toda a minha esperança através dos meus medos. Você sabia que eu ainda sinto sua falta de algum modo?"
(Erick Foster White)
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