quinta-feira, 1 de março de 2012

Saudade.

Mesmo nos tempos de hoje, onde não há tempo pra nada, ela sempre arranja tempo para aparecer, a saudade. Mesmo com as corridas para cumprir horários, trabalhos para entregar tudo no prazo, ela sempre chega trazendo a presença de dias que não voltam. Estamos no século 21, a ciência está muito avançada, eles inventam solução pra tudo ou quase tudo, mas ainda não inventaram um jeitinho de se voltar ao passado de fato e de se reviver nem que seja por um instante algum momento feliz anteriormente vivido. Falo com toda a certeza que eu trocaria qualquer dia do meu futuro por um minuto de novo ao lado de quem me rouba os pensamentos. Também não inventaram nada que nos faça viver no presente, o incrível é que estamos sempre presos em um tempo que não é o agora. Estamos no passado, naquela lembrança feliz, ou na tristeza ainda não superada, estamos esperançosos pelo futuro no qual tudo voltará a ser como era no passado ou tudo será diferente do presente. Estamos até no futuro mais próximo aguardando o relógio marcar certa hora para podermos ir embora do trabalho, para poder ser feliz na volta pra casa ou para tirar proveito do fim de semana com os amigos. Dificilmente estamos no presente nem que seja desejando jamais esquecer o que se vive agora. Algumas vezes a gente quer tentar mudar aquele momento em que tudo mudou,dar de novo aquele abraço, retribuir aquele beijo, dizer que amava e não sabia, ou dizer que ama e sabia, mas temia, ou dizer que ainda ama. Outro dia eu a vi de novo, à minha “frente”, linda. Era ela, era eu, era o tempo mesmo que por um instante a trouxe de volta. Eu olhava pra ela, e ela olhava pra mim e eu ficava surpreso por ela ser tão linda, e eu sabia que quem tava ali na minha frente, mesmo por uma tela de computador era aquele meu passado no qual eu insisto tanto em voltar. Era ela hoje, era eu hoje, eu percebi que o relacionamento acabou, mas o sentimento não. A relação pode durar dias, meses ou anos e um dia acabar, mas o sentimento pode ser para sempre. Pode se continuar amando, mesmo sem mais ter, ver, ouvir, e mesmo assim ainda sentir. Olho para o céu e vejo a lua minguante tímida, receosa a declarar esse amor crescente que deixa a alma cheia de vontade de te ter na nova, nova vida que a gente teria se no céu alguma estrela cadente pudesse mesmo realizar os sonhos. Então, lua, eu acredito que você estava sobre nós quando eu e ela nos vimos de novo, você lua, estava testemunhando que eu não a vejo mais, não mais ouço, mas ainda sinto e amo, e no dia seguinte e em todos os que se seguiram, chega a saudade, que  na maior parte das vezes é o sobrenome do amor, para me dar de volta aquele nosso tempo. Portanto confesso, sim, ainda quero você como o tempo que não quer nada além de ser eterno. E eu sempre penso, e sempre ficarei pensando em como seria se você estivesse aqui ou quem sabe se eu estivesse aí.




"Eu me apaixonei por ela enquanto estávamos juntos, e me apaixonei ainda mais no tempo em que ficamos separados."
(Querido John - Nicholas Sparks)

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